Quando falamos de conceitos da Língua Portuguesa, regras e detalhes de acentuação, por exemplo, muitos alunos pensam logo na dificuldade de aprender e assimilar tantas informações. Afinal, trata-se de uma língua complexa, em constante movimento, marcada por regionalismos e áreas densas como morfologia, sintaxe e semântica. Apesar dos desafios da língua, aprender e dominar o Português são habilidades importantíssimas tanto no desenvolvimento acadêmico, quanto no dia a dia e, é claro, na vida profissional.
Durante a live “Conectando com Base”, parceria do Instituto Vini Jr. com a Conectando Saberes, a professora Ana Elicker, comentou a importância de associar o ensino do Português às vivências dos alunos, aproveitando, por exemplo, o Smartphone como aliado para reforçar hábitos de leitura e termos do futebol para serem categorizados como substantivos ou adjetivos, por exemplo. Imagina como poderia ser bem didático explicar que a bola é um substantivo comum, enquanto Maracanã é um próprio ou ainda apresentar nomes de jogadores famosos ou estádios do Brasil.
Ana, que é Doutora em Diversidade Cultural e Inclusão Social e ocupa a Cadeira 278 na Academia de Letras dos municípios do Rio Grande do Sul, reforçou o coro do Instituto sobre como o futebol pode ser um aliado nessa construção – já que trata-se de um tema cotidiano, capaz de captar a atenção do aluno.
“O professor pode ter uma forma mais didática de ensinar, mas quando o grupo de alunos se reúne, eles trocam experiências e produzem muito conhecimento, eles trazem o conteúdo para a própria realidade. Isso reforça a importância dessa troca entre os pares. Às vezes nós, professores, imersos no conhecimento, podemos não conseguir passar o que um amigo de turma, com a naturalidade deles, consegue.”, pontuou Ana.
Ainda na live, o exemplo que conectou o futebol e essa relação de troca de vivências ao Português veio de uma explanação da nossa mediadora Verônica Souza:
“Quando estava ensinando sobre figuras de linguagem ao meu irmão mais novo, trouxe termos do futebol como ‘perna de pau’, ‘frangueiro’ e ‘carrinho’ para explicar que a metáfora era responsável por dar esse sentido conotativo às palavras, tirando-as do sentido literal. Foi uma forma muito prática de explanar sobre o tema, pois eram palavras que faziam parte do repertório dele e dessa forma, toda a explicação fez sentido.”
Para a professora Ana, trata-se de um ótimo exemplo sobre usar a linguagem do futebol para explicar ferramentas da língua, assim como faz o Aplicativo BASE do Instituto. Totalmente referenciado pela Base Nacional Comum Curricular, a BNCC, ele conta com a dobradinha futebol e tecnologia para facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
“A tecnologia não é apenas inserir os artefatos e sim permitir o uso. O aluno precisa saber utilizar os recursos tecnológicos sob a ótica de um educando e não de um mero consumidor. Afinal, o aluno pode desenvolver estratégias, criar soluções ligadas ao conteúdo da sala de aula, adaptar o game e avançar na sua aprendizagem.”