O ano é 1914. O mundo vive uma Grande Guerra com proporções nunca antes vivenciadas pelas sociedades. Pessoas das mais variadas condições estão longe de seus familiares, longe daquilo que reconhecem como normalidade em suas vidas. Os primeiros meses de batalha são mais intensos, cansativos e desgastantes. As pessoas passam a estar expostas a todo tipo de vulnerabilidade, pois dizem que todo início é mais difícil e em uma guerra não seria diferente. Entretanto, estar vulnerável não significa, necessariamente, uma fraqueza e um exemplo disso é a Trégua do primeiro Natal que o mundo viveu em guerra.
A Trégua de Natal de 1914 é um evento que traduz humanidade por meio de uma linguagem muito conhecida por todos: o Futebol.
Sim. Tratamos o Futebol como uma linguagem, onde conseguimos expressar e comunicar emoções, sentimentos, signos e significados socioculturais dos mais diversos. Na Trégua de 1914, os soldados que lutavam nas trincheiras estavam cansados, saudosos de suas vidas de antes da guerra, saudosos de suas famílias. Naquela data de 25 de dezembro, popularmente conhecida como sendo dia de Natal, os soldados buscaram se comunicar pelo apaziguamento. Como? Com uma bola.
A bola no pé era um divertimento para os soldados e naquele dia eles puderam fazer disso um meio de comunicação, trocas, união e esperança. No entanto, infelizmente, esse fato não auxiliou no encerramento da guerra, que se estendeu por mais alguns anos.
Mas, e hoje? Será que o futebol é capaz de acabar com uma guerra?
Difícil de afirmar. Porém, é possível observar o quanto o Futebol auxilia a sociedade na construção de valores que fortalecem a vida no coletivo. Diariamente, o Futebol nos ensina a reconhecer e, acima de tudo, respeitar a diversidade porque não restringe seu acesso a cor, raça, religião, classe social entre outros fatores; e estas circunstâncias ficam muito mais nítidas e intensas de serem percebidas em períodos de Copa do Mundo, por exemplo.
A Copa, que acontece a cada quatro anos, permite que o mundo todo se volte para a bola, agora não como uma trégua, mas como um momento de celebração da diversidade, da humanidade, do respeito, do futuro. E é isso que permite que o Futebol continue sendo uma linguagem que inspira, ensina e fortalece valores humanos.