Entre as disciplinas tradicionais, exercícios de casa e revisões para a prova, eis que uma figura “sai dos gramados” para reforçar o processo de ensino-aprendizagem: Vini Jr. é tema de atividade, protagonista na produção de trabalhos escolares e referência na pauta antirracista. Mas engana-se que isso aconteça apenas nas escolas parceiras do Instituto Vini Jr. A verdade é que esse movimento tem ido além dos Centros de Tecnologias Educacionais Base e uma prova disso é a professora de Língua Inglesa, Marcélia Leal Silva, do Centro de Ensino Lúcia Chaves, em São Luís, Maranhão.
A professora já faz um trabalho de Educação Antirracista desde 2020, mas neste ano resolveu contar com a ajuda da linguagem do futebol para engajar os alunos e trazer mais referências atuais de combate ao preconceito. A partir disso, os alunos fizeram uma série de atividades multidisciplinares que passaram por produção textual, tendo a biografia do Vini como referência, até a instalação de uma sala temática.
“Trabalhar a biografia do Vini Jr., sendo uma pessoa negra e periférica, traz referências que se aproxima muito da vivência da maioria dos alunos da escola pública. Além disso, temos muitos alunos atletas ou que gostam de jogar futebol no bairro onde moram, e para eles, o Vini é um exemplo de que é possível realizar os sonhos dentro de campo.”, conta Marcélia.
Para contribuir com o conteúdo de Língua Inglesa, os alunos se debruçam em pesquisas sobre o Vini Jr., tradução e interpretação desses resultados. Eles também trabalharam na criação de um Mapa Mental num exercício que misturou criatividade, raciocínio lógico e trabalho em equipe.
“A turma construiu uma árvore profissional do Vini Jr. e se empenharam demais na atividade: produziram uma réplica do Estádio Santiago Bernabéu com direito à luzes de LED e dedicaram uma sala inteira para homenagear o atacante. Nesta atividade, eu observei que até mesmo os alunos que não costumam acompanhar o futebol passaram a enxergam o Vini de outra maneira”. comentou a professora.
A produção de textos, cartazes e maquetes também reforça uma ideia que está sempre presente no discurso do Victor Ladeira, diretor executivo do Instituto Vini Jr.:
“A inovação não está necessariamente atrelada à tecnologia. Você pode inovar usando um lápis, uma folha ou uma cartolina, por exemplo. E, além disso, nada é mais inovador do que uma professora em sala de aula.” Ou seja, as ideias das educadoras inspiradas pelos assuntos em alta no mundo ou por figuras icônicas, como o Vini, são iniciativas inovadoras e capazes de deixar a aula ainda mais conectada à realidade.”
Ainda segundo Marcélia, a presença do Vini Jr. na escola contribuiu muito para que os jovens se envolvessem com ainda mais dedicação e entusiasmo, pois ele é um ídolo desta nova geração. Ela conta ainda que a luta contra o racismo tem empoderado esses alunos e apresentado novas perspectivas sobre cor, raça, igualdade e representatividade.
“Eu entendo que a escola deva ser um espaço de referência para que os alunos se identifiquem, sintam pertencimento, e entendam a sua importância. Neste aspecto, a figura do Vini é importantíssima. Por aqui, senti tanta receptividade dos alunos que já estamos projetando novas atividades, como a produção de um documentário e um jornal, além de um jogo de cartas e tabuleiros”, projeta.
Nós, do Instituto Vini Jr. ficamos lisonjeados em, de alguma forma, contribuir com a aula da Marcileia e de tantas outras professoras na rede pública de ensino do Brasil. Isso porque acreditamos muito no poder da educação e na força do futebol como ferramenta de apoio às novas práticas de ensino-aprendizagem. Que neste Dia do Professor e da Professora, possamos jogar ainda mais luz em iniciativas como essa! Assim, a Base vem forte.