Se alguém dissesse para a professora Lília Melo que em 2020 ela ganharia o “Nobel da Educação” (ou, trazendo para a linguagem do futebol a “Bola de Ouro”), ela iria titubear. Mas, a experiência conquistada ao participar de premiações e iniciativas que envolvem o reconhecimento de educadores, trouxe ainda mais coragem, segurança e, o mais importante: ainda mais amor para inspirar a comunidade escolar. Durante a live “Conectando com Base”, iniciativa do Instituto Vini Jr. e da rede Conectando Saberes, a professora – que é mestranda em Inovação em Tecnologia Aplicadas ao Ensino e Extensão (UFPA) – falou sobre como as premiações são importantes para incentivar e reconhecer boas práticas.
“Às vezes um projeto que ‘pareça pequeno’ não é; ele é grandioso e merece ser reverberado. É através das nossas ações em sala de aula que nos conectamos com o mundo, usando a nossa narrativa. O que falo para outros professores é: acredite no seu projeto didático e pedagógico. A história docente é linda porque envolve vidas e envolve amor! Se eu puder dar um conselho, diria: inscreva-se nas premiações e acredite! Traga ainda mais brilho para o seu trabalho, pois, sem dúvida, se você é um educador no Brasil, você já tem brilho!”
Essa vontade de fazer acontecer e de reverberar rendeu à Lilia o Prêmio Professores do Brasil (2018) e a presença entre as finalistas do prêmio Global Teacher Prize em 2020. Na live ela contou que esses títulos foram muito importantes para a sua trajetória e que também significaram muito para os alunos que viram um projeto nascer na periferia e conquistar o mundo. Ela ressaltou que esse protagonismo empodera os estudantes e faz com que eles acreditem ainda mais no que é proposto dentro da sala de aula.
“O professor é um facilitador de processos, mas os processos são diversos e os contextos também. É importante entender que a aprendizagem vai muito além daquela limitada ao espaço físico da escola; o ensino se dá por vivências, trocas, experiências, momentos… e é por isso que precisamos dialogar, fazer parcerias, participar de ações, estar em iniciativas voltadas para a educação e também em premiações. A educação é muito ampla e se não trabalharmos na coletividade, não conseguiremos a transformação que sonhamos”, comenta.
Ainda sobre o impacto dessas premiações e de práticas inovadoras na educação pública, a professora reforçou a importância de valorizarmos os educadores, reconhecendo suas potências e habilidades. Afinal, são muitos desafios encontrados nessa jornada. Ela ainda contou que essas experiências podem sim impactar vidas e ajudar a escrever novas histórias a partir do conhecimento.
“É fundamental refletir sobre a educação pública de qualidade como um direito do cidadão. Direito que deve ser, é claro, respeitado e garantido! O sujeito que tem acesso à educação é como se tivesse um ‘guarda-roupa cheio de opções’ e para cada situação, ele pudesse escolher uma ‘roupa’ para usar. A educação é a possibilidade de escolher. Quando isso é negado, o cidadão perde a oportunidade de fazer escolhas e sabemos o quanto isso é prejudicial para toda a sociedade”, finaliza.
